sexta-feira, fevereiro 06, 2004

 
150 - APRESENTAÇÃO DOS CADERNOS DE REPORTAGEM

Estamos aqui esta noite, neste espaço da Sociedade de Geografia de Lisboa, para vos apresentar uma nova colecção da Dom Quixote - Cadernos DQ de Reportagem - cujos 3 primeiros títulos foram sendo colocados no mercado ao longo dos últimos meses.
Trata-se de um projecto que desejamos inovador no espaço editorial português: um espaço dedicado aos grandes temas nacionais, para ser usado pelos melhores repórteres portugueses.

Convidámos para a direcção deste projecto o jornalista José Vegar, a quem eu começo por agradecer a colaboração que nos tem dado e a disponibilidade que tem manifestado neste trabalho em conjunto.
Começar uma coisa nova e pelo princípio, nem sempre é a posição mais fácil. Há que vencer as arestas iniciais, as dificuldades, as inércias, a descrença de alguns. O José Vegar tem sabido fazer isso connosco. Estamos-lhe muito gratos pela parceria.

Este é um espaço dedicado aos jornalistas portugueses. Um espaço onde os seus textos, as suas ideias, as suas reflexões, os seus trabalhos de investigação, poderão ir mais longe e mais fundo, do que lhes permite o espaço dos seus órgãos de comunicação habituais. Mas é um espaço (também) onde os seus textos irão conviver com os textos dos autores literários com quem habitualmente trabalhamos, mostrando com toda a clareza que o jornalismo de reportagem não é uma forma de escrita menor, como muitos acham que é.

Isso fica desde já provado com os três primeiros títulos colocados no mercado: “O Estrago da Nação”, onde Pedro Almeida Vieira aborda o estado de inqualificável degradação a que chegaram a maior parte dos recursos naturais do nosso país; “Olhem para Mim”, onde Fernanda Câncio denuncia os aspectos mais sombrios de uma geração que quer à força ser “modelo”, cultivando a aparência, as imagens e a ilusão - livro que inclui também dois brilhantes textos interpretativos de Alexandre Melo e Inês Pedrosa; e “O Processo Casa Pia na Imprensa”, onde Nuno Ivo e Óscar Mascarenhas nos falam dos reflexos na imprensa dessa nuvem de chumbo e de desconforto que se abateu sobre todos nós, e que não sabemos ainda muito bem como é que vai terminar.

Esperamos com estes 3 primeiros títulos ter mostrado o que desejamos venha a ser esta nova colecção: um espaço de reflexão e de exigência que é proposto ao nossos leitores, feito de verdade, rigor e actualidade, construído pelo melhor do jornalismo de investigação que se cultiva no nosso país.

Felicito portanto com o maior entusiasmo os nossos primeiros 4 autores, e agradeço-lhes toda a colaboração que nos deram, a paciência que tiveram para esta fase de arranque.
Esperamos que, com eles, com a direcção do José Vegar, se consiga ver claramente o que desejamos ter criado: um espaço novo e diferente para o exercício pleno da liberdade de informação, agora que essa liberdade, 30 anos após a instauração da nossa democracia, voltou, surpreendentemente, a ser contestada.

Agradeço também ao nosso autor e jornalista José Pedro Castanheira, a simpatia que teve em aceitar vir aqui, com o seu prestígio, o seu exemplo, e o respeito que a todos inspira, apadrinhar e apresentar este projecto.

Mais livros aparecerão ainda este ano, a começar já no próximo mês de Abril:

Doping”, de Afonso de Melo e Rogério de Azevedo
Crimes sem Castigo”, de Manuel Catarino

ou em Setembro

Espécies em Extinção”, de David Travassos

ou em Outubro

"Mutilação Genital Feminina", de Sofia Branco

Estão pois todos convidados, os jornalistas aqui presentes. O espaço é vosso. É apenas mais um espaço. Mas desejamos que seja um espaço sem fronteiras, o que no momento actual, convenhamos, já não é mau…

Acho que não me esqueci de nada nem de ninguém, vou passar a palavra ao José Vegar, director da Colecção; em seguida ao José Pedro Castanheira; depois aos autores que entenderem também usar-se dela.


Comments: Enviar um comentário

<< Home